Semanas atrás, a cia de artes da qual participo – Adufes Cia de Artes – foi convidada para participar de um evento evangelístico numa praça pública. Os organizadores do evento, do qual já participamos com considerável freqüência, nos convidaram com todo carinho e nos expuseram a programação do mesmo. Dessa vez eles estavam convidando um grupo musical muito conhecido no país e de importância histórica para a música nacional cristã – me refiro à música feita com responsabilidade técnica e coerência teológica.
Como os eventos desse perfil são o foco principal da nossa companhia, naturalmente aceitamos. E, como é de costume nesse evento, especificamente, dançaríamos junto com a banda que estivesse tocando – no caso, esse famoso grupo. Lógico que o fato de participarmos junto com eles, dançando músicas que cantamos durante tantos anos, dava um sabor ainda mais especial à ocasião. Então marcamos a data e acertamos os processos. Logo na reunião seguinte foi avisado a todos os integrantes e acertados todos os percalços.
Porém, na noite do evento, os organizadores chegaram tristes para nos dar a notícia de que o pastor, líder do grupo, preferiu que não houvesse dança durante as músicas. Ele usou como argumento a idéia de que o grupo dele tocava músicas focadas nas letras, que eram de cunho evangelístico e a dança tiraria o foco da mensagem, tiraria a atenção. Permitiu apenas que dançássemos uma das canções, e a escolha ficaria por nosso critério.
Ora, enquanto ele sustentava a teoria que a dança “não se encaixaria” na proposta musical deles, tudo bem. Eles são livres para escolher a linguagem e a linha artística que querem seguir. Não são obrigados a sofrer intervenções diretas em seu modo de produzir arte, nó é que precisamos respeitar sua técnica – como fizemos. São músicos, fazem música reflexiva e não desejam outras intervenções performáticas em sua obra para não alterar seu método. É plenamente compreensível e plausível, mas apenas enquanto OPÇÃO artística.
Mas a justificativo não ficou apenas nesse ponto. Ele disse que a dança tiraria a atenção da MENSAGEM – no caso, mensagem evangelística. E é justamente nesse ponto que desejo desenvolver esta análise crítica. Não pretendo discorrer sobre o grupo, pois os compreendo inteiramente, mas sim acerca dessa questão que é fundamentalmente preconceituosa e infundada e ainda muito disseminada na comunidade cristã brasileira.
Entremos, pois, no assunto...
A dança ainda é vista em muitas comunidades cristãs como mera alegoria da música, mero acessório. Posto que interpretam erroneamente a música como principal instrumento de louvor, logo colocam a dança como, no máximo, pano de fundo da “mensagem” musical. Essa postura está errada desde seu começo.
Primeiramente, música NÃO é louvor e, tão pouco, adoração.
Adoração é uma prática necessariamente ligada a uma consciência de entrega e devoção a quem se adora. Isso tem a ver com um cotidiano de testemunho prático e lúcido e de uma vida inteiramente voltada para uma pessoa ou um propósito específico. Adorar é viver e caminhar para algo ou alguém, permeando assim todos os aspectos da existência do adorador.
Já o louvor, é uma prática mais específica que está contida no exercício da adoração. Louvor nada mais é do que elogios, honrarias e bendizeres. Quando você elogia alguém por alguma obra, você a está louvando. No caso das liturgias e das manifestações de culto, existe ali um louvor específico, um louvor como resultado de uma vida em adoração e como atitude pública de rendição e dependência. É esse o louvor praticado durante as reuniões cristãs (ou, pelo menos, deveria ser). A música, como qualquer manifestação artística, é apenas UM dos recursos POSSÍVEIS para a prática explícita do louvor.
Precisamos investir mais tempo em estudos e em pesquisas, assim como em manifestações pacíficas e progressivas de reforma de certos hábitos. Precisamos entender que a “palavra falada”, essa sim, é vista biblicamente como fundamental e principal manifestação de divulgação, louvor e proclamação de Cristo e do Evangelho da Graça. O que quero, contudo, é problematizar é a questão COMUNICATIVA da dança.
Toda manifestação artística visa, antes de tudo, a comunicação, uma exposição de sentimentos, idéias, conceitos, processos, ideologias, e etc. Dança é arte e, por isso mesmo, a sua função mais primária é justamente comunicar. No momento que ela não visa a comunicação ou a relação com o outro, ela deixa de ser arte e passa a ser qualquer outra coisa.
O que, algumas vezes, tem impedido que a dança seja eficaz em sua tarefa é justamente o preconceito do espectador – e não estou me referindo aos ímpios, mas sim aos de casa. Quando há preconceito e resistência, nem dança, nem música, nem poesia, nem gritos estridentes são capazes de comunicar. Trabalho com dança há 10 anos, e a maior parte deles foi com dança evangelística. Vi e ainda vejo os frutos desse trabalho. A mensagem de Cristo chegou em ambientes onde nem a música – tão popular em nosso país - conseguiu alcançar. Sou apenas uma de muitas testemunhas que vivem dedicando seus melhores talentos à causa de Cristo, e colhendo frutos bons e prósperos.
Como os eventos desse perfil são o foco principal da nossa companhia, naturalmente aceitamos. E, como é de costume nesse evento, especificamente, dançaríamos junto com a banda que estivesse tocando – no caso, esse famoso grupo. Lógico que o fato de participarmos junto com eles, dançando músicas que cantamos durante tantos anos, dava um sabor ainda mais especial à ocasião. Então marcamos a data e acertamos os processos. Logo na reunião seguinte foi avisado a todos os integrantes e acertados todos os percalços.
Porém, na noite do evento, os organizadores chegaram tristes para nos dar a notícia de que o pastor, líder do grupo, preferiu que não houvesse dança durante as músicas. Ele usou como argumento a idéia de que o grupo dele tocava músicas focadas nas letras, que eram de cunho evangelístico e a dança tiraria o foco da mensagem, tiraria a atenção. Permitiu apenas que dançássemos uma das canções, e a escolha ficaria por nosso critério.
Ora, enquanto ele sustentava a teoria que a dança “não se encaixaria” na proposta musical deles, tudo bem. Eles são livres para escolher a linguagem e a linha artística que querem seguir. Não são obrigados a sofrer intervenções diretas em seu modo de produzir arte, nó é que precisamos respeitar sua técnica – como fizemos. São músicos, fazem música reflexiva e não desejam outras intervenções performáticas em sua obra para não alterar seu método. É plenamente compreensível e plausível, mas apenas enquanto OPÇÃO artística.
Mas a justificativo não ficou apenas nesse ponto. Ele disse que a dança tiraria a atenção da MENSAGEM – no caso, mensagem evangelística. E é justamente nesse ponto que desejo desenvolver esta análise crítica. Não pretendo discorrer sobre o grupo, pois os compreendo inteiramente, mas sim acerca dessa questão que é fundamentalmente preconceituosa e infundada e ainda muito disseminada na comunidade cristã brasileira.
Entremos, pois, no assunto...
A dança ainda é vista em muitas comunidades cristãs como mera alegoria da música, mero acessório. Posto que interpretam erroneamente a música como principal instrumento de louvor, logo colocam a dança como, no máximo, pano de fundo da “mensagem” musical. Essa postura está errada desde seu começo.
Primeiramente, música NÃO é louvor e, tão pouco, adoração.
Adoração é uma prática necessariamente ligada a uma consciência de entrega e devoção a quem se adora. Isso tem a ver com um cotidiano de testemunho prático e lúcido e de uma vida inteiramente voltada para uma pessoa ou um propósito específico. Adorar é viver e caminhar para algo ou alguém, permeando assim todos os aspectos da existência do adorador.
Já o louvor, é uma prática mais específica que está contida no exercício da adoração. Louvor nada mais é do que elogios, honrarias e bendizeres. Quando você elogia alguém por alguma obra, você a está louvando. No caso das liturgias e das manifestações de culto, existe ali um louvor específico, um louvor como resultado de uma vida em adoração e como atitude pública de rendição e dependência. É esse o louvor praticado durante as reuniões cristãs (ou, pelo menos, deveria ser). A música, como qualquer manifestação artística, é apenas UM dos recursos POSSÍVEIS para a prática explícita do louvor.
Precisamos investir mais tempo em estudos e em pesquisas, assim como em manifestações pacíficas e progressivas de reforma de certos hábitos. Precisamos entender que a “palavra falada”, essa sim, é vista biblicamente como fundamental e principal manifestação de divulgação, louvor e proclamação de Cristo e do Evangelho da Graça. O que quero, contudo, é problematizar é a questão COMUNICATIVA da dança.
Toda manifestação artística visa, antes de tudo, a comunicação, uma exposição de sentimentos, idéias, conceitos, processos, ideologias, e etc. Dança é arte e, por isso mesmo, a sua função mais primária é justamente comunicar. No momento que ela não visa a comunicação ou a relação com o outro, ela deixa de ser arte e passa a ser qualquer outra coisa.
O que, algumas vezes, tem impedido que a dança seja eficaz em sua tarefa é justamente o preconceito do espectador – e não estou me referindo aos ímpios, mas sim aos de casa. Quando há preconceito e resistência, nem dança, nem música, nem poesia, nem gritos estridentes são capazes de comunicar. Trabalho com dança há 10 anos, e a maior parte deles foi com dança evangelística. Vi e ainda vejo os frutos desse trabalho. A mensagem de Cristo chegou em ambientes onde nem a música – tão popular em nosso país - conseguiu alcançar. Sou apenas uma de muitas testemunhas que vivem dedicando seus melhores talentos à causa de Cristo, e colhendo frutos bons e prósperos.
Quando algo é feito com coerência, responsabilidade e fé, os frutos simplesmente nascem.
Experimente !!!
Graça, paz, consciência e sobriedade,
Neemias Santana
Oi gente, infelizmente essa é uam verdade nítida e visível ainda nas nossas reuniões qdo o assunto é dança. Já pensei algumas vezes em parar de dançar na igreja ou em outro lugar por não desejar ser instrumento de alegoria das nossas reuniões, por ver quer a dança é trazido para o culto como se fosse alçgo para "animar a platéia".
ResponderExcluirEnfim, tudo isso é mto triste...