sábado, 23 de agosto de 2008

Origem da Liturgia Protestante




Segue um texto fantástico e embasado, mas q exigirá paciência e real interesse pela Verdade e pela Comunhão dos Santos.

O texto é um condensado do primeiro capítulo do livro de Frank Violla, e revela as origens de nossas práticas "cristãs". Ele está resumido, porém, não perde o foco ou o valor.

Para os que tiverem coragem... BOA SORTE!!!

Segue:



As reuniões da igreja primitiva eram marcadas pelo funcionamento de cada membro, numa participação espontânea, livre, vibrante e aberta. Era um encontro fluido, não um ritual estático. E era imprevisível, bem diferente do culto da igreja moderna.


A Missa Católica

De onde vem então a liturgia do culto protestante? Ela tem suas raízes principais na Missa Católica.

Segundo o historiador Will Durant, a Missa Católica foi “baseada em parte no culto do Templo judaico, em parte nos místicos rituais de purificação dos gregos”. Durant destaca que a Missa estava profundamente mergulhada tanto no pensamento mágico pagão como no drama grego. “A mente grega, moribunda, teve uma sobrevida na teologia e liturgia da igreja; o idioma grego, após reinar por séculos sobre a filosofia, chegou a ser o veículo da literatura e do ritual cristão; o misticismo grego foi passado adiante pelo impressionante misticismo da Missa”.

Os cristãos copiaram as vestimentas dos sacerdotes pagãos, o uso do incenso e da água benta nos ritos de purificação, a queima de velas durante a adoração, a arquitetura da basílica romana em seus edifícios de igreja, a lei romana como base da “lei canônica”, o título Pontifex Máximus (Sumo Pontífice) para o Bispo principal, e os rituais pagãos para a Missa Católica.


A contribuição de Lutero

Em 1520 Lutero lançou uma violenta campanha contra a Missa Católica Romana. O ponto culminante da Missa sempre foi a Eucaristia, também conhecida como “Comunhão”, “Ceia do Senhor” ou “Santa Ceia”. Tudo é direcionado para o momento mágico em que o sacerdote parte o pão e o distribui para as pessoas. Desde Gregório o Grande (540-604) a igreja católica ensinava que Jesus Cristo é novamente sacrificado através da Eucaristia.

O erro cardeal da Missa, disse Lutero, era que esta foi uma “obra” humana baseada numa falsa compreensão do sacrifício de Cristo. Então, em 1523, Lutero enunciou sua própria revisão da Missa Católica, revisão essa que é o fundamento de toda adoração protestante. O núcleo dela é: em vez da Eucaristia, Lutero colocou a pregação no centro da reunião.

Por conseguinte, no culto de adoração dos protestantes modernos o púlpito é o elemento central e não a mesa do altar (onde se coloca a Eucaristia nas igrejas católicas). Para Lutero, “uma congregação cristã nunca deve reunir-se sem a pregação da Palavra de Deus e a oração, não importa quão exíguo seja o tempo da reunião. A pregação e o ensino da Palavra de Deus é a parte mais importante do culto divino”.

A noção de Lutero da pregação como ponto culminante do culto de adoração permanece até nossos dias. Todavia tal crença não tem nenhuma procedência bíblica. Como disse um historiador, “O púlpito é o trono do pastor protestante”. É por esta razão que os ministros protestantes ordenados são comumente chamados de “pregadores”.

Apesar dessas modificações, a liturgia de Lutero variava bem pouco da Missa Católica. Basicamente, Lutero reinterpretou muitos dos rituais da Missa, mas preservou o cerimonial, julgando-o apropriado. Ele manteve, por exemplo, o ato que marcava o ponto culminante da Missa Católica: quando o sacerdote levanta o pão e o cálice e os consagra.

Da mesma maneira, Lutero fez uma drástica cirurgia na oração Eucarística, mantendo apenas as “palavras sacramentais” de 1 Coríntios 11:23 em diante — “O Senhor Jesus na noite em que foi traído, tomou o pão… e disse ‘Tomai e comei, este é o meu Corpo’…” Até hoje os pastores protestantes recitam religiosamente este texto antes de ministrar a comunhão.

A Missa de Lutero manteve os mesmos problemas da Missa Católica: os paroquianos continuaram sendo espectadores passivos (com a exceção de poderem cantar), e toda liturgia era dirigida por um clérigo ordenado (o pastor tomando o lugar do sacerdote). Embora falasse muito sobre “sacerdócio de todos os crentes”, Lutero nunca abandonou a prática de ordenação do clero. Sob a influência de Lutero, o pastor protestante simplesmente substituiu o sacerdote católico.


A contribuição de Zwinglio

Zwinglio (1484-1531), o reformador suíço, aos poucos introduziu sua própria reforma, que ajudou a desenhar a ordem de adoração de hoje. Ele substituiu a mesa do altar por algo chamado “mesa da comunhão”, onde se ministrava o pão e o vinho. Ele também ordenou que se levasse o pão e o vinho à congregação em seus bancos utilizando bandejas de madeira e taças.

Zwinglio também é nominado como o paladino da abordagem da Santa Ceia enquanto “memorial”. Este ponto de vista é apoiado pela corrente principal do protestantismo estadunidense. O pão e o vinho são meramente símbolos do corpo e do sangue de Cristo. Como Lutero, Zwinglio enfatizou a centralidade do sermão. Tanto que ele e seus colegas pregavam com a freqüência de um canal de notícias televisivo: catorze vezes por semana.


A contribuição de Calvino e Cia

Os reformadores João Calvino da Alemanha (1509-1564), João Knox da Escócia (1513-1572), e Martin Bucer de Suíça (1491-1551) fizeram algumas modificações na liturgia de Lutero. A mais notável foi a coleta de dinheiro após o sermão. Como instrumentos musicais não são mencionados explicitamente no Novo Testamento, Calvino eliminou o órgão e os coros.

Como Lutero, Calvino enfatizou a centralidade da pregação durante o culto de adoração. Ele acreditava que cada crente tinha acesso a Deus através da Palavra pregada e não através da Eucaristia. Devido a seu gênio teológico, a pregação na igreja de Calvino em Gênova era intensamente teológica e acadêmica. Também era altamente individualista, característica que nunca foi eliminada no protestantismo.

A igreja de Calvino em Gênova foi o modelo para todas as igrejas reformadas. Isto explica o caráter intelectual da maioria das igrejas protestantes hoje, especialmente a Reformada e a Presbiteriana.

A característica mais nociva da liturgia de Calvino é a de fazer o culto ser dirigido de cima do púlpito. O cristianismo nunca se recuperou disso. Hoje, o pastor atua como mestre de cerimônias e diretor executivo do culto dominical.

Um costume adicional que os reformadores copiaram da Missa foi a prática do clero caminhar em direção a seu assento designado no princípio do culto enquanto a congregação ficava em pé, cantando. Essa prática teve início no século IV quando os bispos entravam magnificamente em suas basílicas, e foi por sua vez copiada diretamente do cerimonial da corte imperial pagã. É ainda observada em muitas igrejas protestantes.


A contribuição dos puritanos

O abandono das vestes clericais, ídolos, ornamentos e o clero escrevendo seus próprios sermões (em vez de ler homilias) foi uma contribuição positiva que os puritanos (os calvinistas da Inglaterra) nos legaram.

A glorificação do sermão, no entanto, alcançou seu apogeu com os puritanos norte-americanos. Os residentes da Nova Inglaterra que faltavam ao culto eram multados ou presos no tronco.
As contribuições dos metodistas e do Evangelismo da Fronteira

Os metodistas do século XVIII proporcionaram uma dimensão emocional à ordem de adoração protestante. A congregação foi convidada a cantar com força, vigor e fervor. Desta maneira, os metodistas foram os precursores dos pentecostais.

Os séculos XVIII e XIX trouxeram novidades para o protestantismo americano. Primeiramente, os evangelistas fronteiriços alteraram a meta da pregação. Sua meta exclusiva era agora a conversão de almas. Dentro da cabeça do evangelista, não havia outra coisa no plano de Deus a não ser a salvação. Esta ênfase teve sua origem na pregação inovadora de George Whitefield (1714-1770), o primeiro evangelista moderno a pregar ao povo ao ar livre. A noção popular de que “Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida” foi introduzida por Whitefield.

Em segundo lugar, a música do evangelho fronteiriço falava à alma e visava propiciar uma resposta emocional à mensagem da salvação. Todos os evangelistas famosos tinham músicos em sua equipe justamente para este propósito. A adoração passou a ser um espetáculo.

Seguindo a trilha dos revivalistas, o culto metodista passou a ser o meio para obter o fim. A finalidade do culto já não era mais a simples adoração a Deus: os crentes foram instruídos a ganhar novos crentes individuais. Os sermões abandonaram a temática da “vida real” para proclamar o evangelho ao perdido. Toda humanidade foi dividida em dois desesperados campos polarizados: perdido ou salvo, convertido ou incrédulo, regenerado ou condenado.

Em terceiro lugar, os metodistas e os evangelistas fronteiriços deram à luz o “apelo”, a prática de convidar pessoas que desejam orações a colocar-se de pé e vir à frente.

Tanto pecadores como santos carentes eram convidados a ir à frente para receber as orações do ministro. Charles Finney (1792-1872) convidava o pecador para ir à frente e ajoelhar-se diante da plataforma para receber a Cristo. Finney tornou esse método tão popular que “após 1835, chegou a ser um elemento indispensável no moderno revivamento”.

Além da popularização do apelo, também se atribui a Finney a invenção da prática de orar nominalmente pelas pessoas e mobilizar grupos de obreiros para fazer visitas nas casas.

A contribuição predominante de Finney ao cristianismo moderno foi o pragmatismo – a crença de que se algo funciona ou dá resultados, deve ser apoiado ou aceito. Finney ensinava que o único propósito da pregação é ganhar almas; qualquer mecanismo que ajudasse atingir esta meta poderia ser aceito. O cristianismo moderno nunca se recuperou desta ideologia anti-espiritual.

A meta dos Evangelistas Fronteiriços era levar pecadores individualmente a uma decisão individual por uma fé individualista. Como resultado, a meta da Igreja Primitiva — a edificação mútua e o funcionamento de cada membro manifestando Jesus Cristo coletivamente diante dos principados e potestades — perdeu-se completamente.

O Evangelismo Fronteiriço americano converteu a igreja em um ponto de pregação, reduzindo a experiência da ekklesia a uma missão evangelística. Isto normatizou os métodos revivalísticos de Finney e criou personalidades do púlpito como a atração dominante.


A tremenda influência de D. L. Moody

As sementes do “evangelho revivalista” foram espalhadas através do mundo ocidental pela influência de D. L. Moody (1837-1899).

Moody inventou o solo após o sermão do pastor. O cântico de apelo era entoado por um solista até que George Beverly Shea sugeriu que fosse cantado pelo coral. Shea encorajou Billy Graham de utilizar um coral para cantar hinos como “Eu venho como estou” enquanto as pessoas iam à frente para aceitar a Cristo.

Moody deu-nos o testemunho porta em porta, os anúncios e as campanhas evangelísticas. Deu-nos o “cântico de evangelização” ou “hino evangelístico” e também popularizou o “cartão de decisão”, invenção de Absalom B. Earle (1812-1895).

Moody foi o primeiro a pedir ao que queria ser salvo para colocar-se em pé e deixar-se conduzir em uma “Oração do Pecador”. Cinqüenta anos depois, Billy Graham melhorou a técnica de Moody introduzindo a prática de pedir ao ouvinte para baixar a cabeça, fechar os olhos (“sem olhar nada em volta”), e levantar as mãos como resposta à mensagem salvadora.

Vale notar que Moody foi grandemente influenciado pelo ensino dos Irmãos Plymouth quanto à escatologia (final dos tempos), que pregava a vinda iminente de Cristo antes da grande tribulação. O pré-tribulacionismo deu origem à idéia de que os cristãos necessitam salvar muitas almas o mais rápido possível, antes do fim do mundo.


A contribuição pentecostal

Inaugurado por volta de 1906, o movimento Pentecostal trouxe uma expressão mais emotiva através dos cânticos entoados pela congregação. Estes incluíam mãos levantadas, danças entre os bancos, bater palmas, falar em línguas e o uso de pandeiros.

Porém, suprimidas as características emotivas do culto pentecostal, sua liturgia é idêntica à batista. Um pentecostal tem apenas mais espaço para mover-se ao redor do seu assento.

Como em todas as igrejas protestantes, o sermão é o ponto culminante da reunião pentecostal. Todavia o pastor às vezes sentirá “o movimento do Espírito”. Nesse caso, ele adiará seu sermão para o próximo domingo, e a congregação cantará e orará durante o resto do culto.

A tradição pentecostal também deu-nos a música do solista e a música coral (muitas vezes descrita como “música especial”) que acompanha a oferta.

Na mente do pentecostal, a adoração a Deus não é um assunto coletivo [o corpo da igreja], mas uma experiência individual [o membro da igreja]. Com a penetrante influência do movimento carismático, essa obsessão de adoração individualista infiltrou-se na grande maioria das tradições protestantes.


Muitos ajustes, nenhuma mudança vital

Durante os últimos 500 anos, a ordem de adoração [liturgia] protestante permaneceu quase que praticamente inalterada. No fundo, todas as tradições protestantes partilham as mesmas características em sua liturgia: suas reuniões são celebradas e dirigidas por um clérigo, o sermão é a parte central, os membros são passivos e não tem permissão para ministrar.

Os reformadores produziram uma tímida reforma da liturgia católica. Sua principal contribuição foi a mudança do enfoque central. Nas palavras de um erudito, “o catolicismo seguiu o caminho dos cultos pagãos, tomando o ritual como elemento central de suas atividades, enquanto que o protestantismo seguiu o caminho da sinagoga ao colocar o livro no centro de seus cultos”. Lamentavelmente, nem o catolicismo nem o Protestantismo tiveram êxito em colocar Jesus Cristo no centro de suas reuniões. Não é surpreendente o reformador ver a si mesmo como católico reformado.

É de lamentar-se que a liturgia protestante não tenha se originado com o Senhor Jesus, os Apóstolos, nem com as Escrituras do Novo Testamento.

A liturgia protestante reprime a participação mútua e o crescimento da comunidade cristã. O culto inteiro é dirigido por um homem. Onde está a liberdade para que Jesus fale através de Seu Corpo a qualquer momento? De que forma, na liturgia, Deus poderá dar a um irmão ou irmã uma palavra para compartilhar com toda congregação? A ordem de adoração não permite tal coisa. Jesus Cristo não tem a liberdade de expressar, através de Seu Corpo, Sua direção. Ele é mantido cativo por nossa liturgia. Ele mesmo é transformado em espectador passivo.

Finalmente, para muitos cristãos o culto dominical é extremamente enfadonho. É sempre a mesma ladainha sem nenhuma espontaneidade. É altamente previsível, bem superficial, e completamente mecânico. Há pouco ar fresco ou inovação.

Igrejas atentas ao seu “índice de audiência” tem reconhecido a natureza estéril do culto moderno. Contudo, apesar do entretenimento, até mesmo o movimento das igrejas que atuam em função de seus “indicadores” não conseguiu livrar-se da pró-forma litúrgica protestante, imóvel, sem imaginação, sem criatividade, inflexível, ritualista, sem sentido.

O culto, portanto, continua cativo pelo pastor; o tripé “sermão, hino, apelo” permanece intacto; e a congregação prossegue na condição de espectadora muda (só que agora está mais entretida nesta condição).

A liturgia protestante que você assiste (ou agüenta) a cada domingo, ano após ano, dificulta a transformação espiritual. Isto porque essa forma de culto: 1) estimula a passividade, 2) limita o funcionamento, e 3) implica que investir uma hora por semana é o segredo da vida cristã vitoriosa.

O fato é que a liturgia protestante é antibíblica, impraticável e antiespiritual. Não há nada semelhante a isso no Novo Testamento. A liturgia contemporânea dilacera o coração do cristianismo primitivo, que era informal e livre de rituais.

Reuniões [como as da igreja primitiva] são marcadas por uma incrível variedade. Não são ligadas a um homem, nem a um modelo de adoração dominada pelo púlpito. Há espontaneidade, criatividade e frescor.

O Novo Testamento não silencia com respeito a como nós, cristãos, devemos nos reunir. Devemos continuar a arruinar o funcionamento da direção de Cristo defendendo as tradições do homem?

Ficar dramaticamente longe deste ritual dominical é a única maneira de descongelar o povo de Deus.




Condensado por Paulo Brabo, de Cristianismo Pagão - livro de Frank Violla
fonte:www.baciadasalmas.com

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

<<< Encontro Cultural >>>


Banco do Brasil promove Encontro Cultural



Encontro Cultural em Salvador visa capacitar e incentivar produtores e artistas a participar da seleção de projetos para programação dos Centros Culturais Banco do Brasil e do CCBB Itinerante



O Banco do Brasil realiza Encontro Cultural em Salvador, dia 22 de agosto, às 14h, no Auditório da Superintendência do Banco do Brasil na Cidade Alta. O encontro objetiva orientar produtores culturais e artistas interessados em apresentar projetos para a programação dos Centros Culturais Banco do Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e para o CCBB Itinerante, que percorrerá as capitais dos estados.


Com esse evento o Banco do Brasil fortalece sua proposta de diversificar os investimentos em cultura e incentivar a participação de artistas e produtores das várias regiões do País a inscreverem seus projetos para a grade de programação. Durante a palestra, ministrada por funcionário da área de Cultura do Banco do Brasil, serão esclarecidas dúvidas sobre a formatação exigida no edital de inscrição e fornecidas mais informações sobre o processo de seleção dos projetos nas áreas de exposições, artes cênicas, música, cinema, vídeo, programa educativo e idéias.



O número de vagas para o Encontro Cultural é limitado. Para confirmar presença é necessário ligar para (71) 3320-7144.

Os projetos selecionados em editais do Banco do Brasil compõem a grade de programação dos Centros Culturais do Banco do Brasil e também do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante - que este ano comemora o bicentenário da instituição, levando às principais capitais brasileiras exposições, teatro, dança, shows musicais, mostras de cinema e vídeo, programas educativos e idéias.



Encontro Cultural - Salvador

Local: Auditório da Superintendência do Banco do Brasil
Rua Direita da Piedade, 25, 7º andar.
Data: 22.08.2008Horário: 14h
Telefone para inscrições: (71) 3320-7144


Mais informações

IMK Relações Públicas ContatosFernanda de Almeida - fernanda@imk.com.br(11) 3813 1300 (11) 9962 8341Simone Veloso - simone@imk.com.br(11) 3813 1300 (11) 9973 9583

Assessoria de Imprensa em Salvador
João Saldanha
(71) - 8808-9179

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Dança-vitrine? - parte 2


Localização Físico-ideológica

Entendido que a dança é um possível e coerente recurso de louvor a Deus, assim como todas as manifestações artísticas e, portanto, que LOUVOR é uma prática livre de toda a comunidade cristã, entende-se, por conseguinte, que toda e qualquer pessoa que deseja louvar a Deus através da dança é (deve ser) livre para fazer uso dessa linguagem em culto a Deus no meio de sua comunidade, junto com todos os outros que tenham o mesmo desejo. No entanto, o que quero refletir, nesse ponto, é o espaço físico no qual ela acontece.

Falei, na primeira parte, que a maior parte desses ministérios de dança usa a plataforma da igreja como espaço de atuação. Estando sempre na frente da congregação, nos períodos de culto, sendo ASSISTIDOS durante o louvor. Resta saber se essa é a postura mais adequada para algo que se vise direcionar a Deus como oferta de louvor.

Talvez eu esteja exagerando, mas quando quero dar um presente pessoal a um amigo muito íntimo, não vejo necessidade algum de mostrá-lo à minha irmã, que se relaciona com ele de maneira bem diferente da minha. Primeiro, pela própria diferença das nossas personalidades e da maneira como lidamos com essa pessoa em comum. Segundo, por que se o presente é pessoal, ele carrega as subjetividades e evidências do MEU relacionamento com essa pessoa. E caso eu mostre a outra pessoa, que não o próprio presenteado, é apenas para avaliação do meu bom gosto ou aprovação da minha postura (vaidade).

O que quero dizer, com isso, é o seguinte: se a dança que faço no momento é de louvor direto e íntimo a Deus, não há necessidade de mostrá-la a qualquer outro que não seja o próprio Deus. Se for uma expressão direcionada exclusivamente a Deus, não há a necessidade de ser expressa sobre um palco (“altar”), para a contemplação e aprovação de homens. Tão pouco, envolvida por figurinos e adereços espetaculares.

Essa postura só é inteiramente coerente, quando a dança visa transmitir uma mensagem à congregação, à Igreja. Ou quando é uma prática de louvor (“indireto”), que se interesse por inspirar outros à mesma postura praticada. Nesses casos, parece haver lógica para a necessidade de se estar numa plataforma oferecendo recurso visual aos homens.

Veja que disse, anteriormente, que essas eram posturas não necessárias, porém, não as afirmei como proibidas ou plenamente incoerentes com o exercício de culto comunitário. Chamo, aqui, a nossa atenção para a reflexão sobre o que nos motiva a estar dançando. Se é por louvor ou para apreciação de homens. Sendo que ambos podem ser válidos, cada qual em seu momento e contexto. Pois, direta ou indiretamente, o louvor a Deus sempre pode ser manifestado junto com as manifestações, em nós, dos talentos que Ele mesmo nos deu. Dessa forma, tudo gira em torno das intenções do nosso coração, nos fazendo livres e, por isso mesmo, imensamente responsáveis por nossos atos e suas conseqüências.

Precisamos cuidar para que a nossa manifestação de arte não caia numa postura de vaidade disfarçada de culto a Deus. Onde o que importa é sermos reconhecidos pelos homens, suprindo nossas necessidades egoístas subjetivas, fazendo disso apenas um recurso para alimentar nosso ego inchado.



por Neemias Santana

Encontros de Multidão - Para quem gosta de se articular


Quer entrar pra multidão?





O seu trabalho, idéia, suspiro, anseio, pesquisa, obra, você, enfim, venha e troque.



Para enviar sua proposta com antecedência (lembrando que já é sexta agora!)
favor entrar em contato através do e-mail:
encontrosdemultidao@gmail.com



"SUPEROITO

O Encontros de Multidão promove no dia 08 do 08 de 2008, na Organização de Permacultura e Arte (OPA), às 20h, o SUPEROITO: Um eventoartístico e alternativo de ocupação da madrugada soteropolitana paraprovocar encontros entre pessoas com olhares singulares e pluraissobre o mundo, apreciando diálogos e novas invenções em um clima defesta. Questionamos sobre os espaços onde acontece ARTE e qual afreqüência dos eventos artísticos. A utilização de novas tecnologiascomo uma das ferramentas, além do próprio encontro, proporcionaráespaços reais e virtuais de comunicações artísticas, admitindo osterritórios com o intuito de discutir fronteira."


Endereço: OPA- Organização de Permacultura e Arte - Rua do Passo (Para quem sobe a escadaria da igreja do pagador de promessas, vira a direita e é a 3ª casa do lado esquerdo ( tem uma plaquinha escrito OPA e um boneco pendurado), de carro sobe até o convento do Carmo, estaciona por lá mesmo e volta pela rua do Passo.. Dá pra ver logo!)Bairro do Santo Antônio – depois do pelourinho! A entrada custa 3 reais!

Todos no SuperOito!

sábado, 2 de agosto de 2008

Arte: Universo em contínua e (e)terna descoberta.


Gostei muito mesmo desta peça...; não gostei nada daquela música...; que coisa linda aquela escultura, BAH...; pintura esdrúxula e com péssimo gosto; ...eu falei que era poema pobre e sem sentido.....; ...puxa, mas tinha 5 estrelas de recomendação para assistirmos a este filme.....sinto-me lesada em ter vindo a este concerto......Pois é, vivemos com esta dualidade e incoerência dos que se “tornam” críticos de arte. Nós mesmos acabamos assumindo este papel o tempo todo, não é verdade?!

De maneira geral, o conceito de arte é extremamente subjetivo e, portanto, muito amplo. Mas, genericamente, a arte varia em pelo menos quatro aspectos: a. A cultura a ser analisada b. O período histórico c. O indivíduo em questão b. Sua herança e vivência pessoal Na visão cristã, de maneira genérica, vemos a ARTE como expressão da criatividade de Deus no Universo, criado por ELE mesmo, no tempo e na história. Arte também é a expressão da criatividade do homem recebida do Seu Criador. Portanto, estão e estarão sempre absolutamente integradas.

O homem criado à imagem e semelhança de Deus “faz arte para viver” ou vive para fazer arte em todas as suas direções relacionais. O homem, ocupando seu espaço no mundo e em sua interação com todas as áreas da vida, criou objetos para satisfazer suas necessidades espirituais e emocionais. Criou também para suas necessidades práticas, como as ferramentas para plantar, cavar a terra e os utensílios de cozinha.

Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter educacional e instrutivo. O homem cria a arte como experimentar da vida, como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para usufruir, estimular e distrair a si mesmo e aos outros tendo prazer nas coisas criadas, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas no tempo, espaço e história. O mundo necessita de arte!

Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte, que pode ser feita para o RELACIONAMENTO HUMANO, decorar o mundo, para espelhar ou retratar o nosso mundo (naturalista), para ajudar no dia-a-dia (visão utilitária), para explicar e descrever a história, para nossa alegria e prazer, para ser usada de maneira terapêutica e para ajudar a explorar e conhecer o mundo.


Como entendemos a arte de maneira cristã?

A arte é um caminho de diálogo, de aproximação, de apreciação, de expressão existencial, expressão das percepções diversas do ser humano; e, portanto, o aspecto estético do BELO passa ou está ligado à visão do ser humano do divino, da criação e da vida.

Francis Schaeffer escreveu que a visão e a compreensão de Deus é o início de tudo. Sua fala encontra eco na visão de Agostinho, que afirma ser a arte a expressão da alma humana diante da Criação e do Criador.

É por isso que não podemos, num primeiro momento, pensar em outra Pessoa quando aplaudimos alguém que expressa em diversos caminhos sua capacidade criativa. Numa mostra de pintura ou escultura, num show musical, nos versos de um repentista, numa expressão corporal bem feita no grupo de coreografia, ou num belo hino ouvido por um coro. Deus é o Criador e nossa teologia deve reafirmar isto sempre. Se o diabo distorce o seu conteúdo, ou a pessoa dedica a sua arte depois para outra coisa, isto é uma outra história e objeto de mais uma análise ou artigo.

O que vemos, então, quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e de nossos conhecimentos, da nossa disposição no momento, da nossa imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar. Mas, e os críticos? Porque atribuem ou não valor a esta ou aquela expressão?

O chamado criticismo artístico ou histórico está presente na história da arte. Eles são “os filtros”, as peneiras pelos quais a ARTE é considerada e valorizada. A crítica (nós e os outros), portanto, tem o poder não só de atribuir o estatuto de arte e valor a um objeto, mas de classificá-lo numa ordem de excelências, segundo critérios próprios ou de cada século. Em cada cultura, encontramos NOÇÕES que vão construindo um terreno com critérios para avaliação.

É por isso que vemos as opiniões de tantas pessoas diferentes, pois cada um aprecia o belo segundo suas heranças e informações absorvidas. Claro que o fator cultural é importante neste processo e vemos o quanto o desconhecimento de sua própria cultura afeta uma atribuição de valor.

E o estilo? Por que rotulamos os estilos de arte? Estilo é como o trabalho de cada um se mostra, depois do artista ter tomado suas decisões à luz de sua herança e capacidade. Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver totalmente e objetivamente quem fez o quê, quando e como. De fato, aproximamo-nos bastante, mas não conseguimos avaliar com sucesso todas as intenções do autor ou do artista. Podemos verificar com algumas ferramentas que tipo de arte foi feito, quando, onde o como; desta maneira, estamos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo teve. Toda arte deve ser vista à luz da época em que foi produzida, para que ela ganhe significado correto e não seja desvalorizada pelas mudanças sociais de cada século. Para que seja apreciada da melhor forma.

Avaliemos nossa maneira de pensar ou de julgar uma expressão de arte. Precisamos de honestidade, sensibilidade e raciocínio correto ao avaliarmos qualquer expressão de arte e respeitarmos a essência da arte e sua filosofia. Inspiração de alguém para alguém, comunicação nem sempre objetiva e muitas vezes subjetiva.

Artistas desejam espalhar suas idéias e convicções ou suas contradições. Os artistas cristãos deveriam estar fazendo o mesmo: espalhando a arte e a realidade do Artista Maior, e seus propósitos para o homem e Sua criação. O Evangelho precisa cada vez mais destes artistas em todas as áreas de expressão. A Igreja precisa pregar e ensinar isto. É terreno absolutamente santo, separado também para a manifestação da Sua glória e beleza.

Artistas cristãos também são chamados para serem espelhos da criatividade do Criador, que vão constatando, cantando, declamando, pintando, dançando e contando a história! Vai interagindo no tempo e na história com Deus, com Sua Criação e a raça humana, sabendo que esta história se fecha um dia no KAIRÓS e no CRONOS. Já vivemos a realidade do ETERNO.

Portanto, continuemos espelhando na vida e na ARTE, o poder criativo de Deus, de Jesus, Daquele que redimiu a cultura, a criação, a arte, o coração, a alma, e a própria história de cada um de nós em todos os tempos e em todas as etnias!


por Nelson Bomilcar

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dança-vitrine? - parte 1


Os grupos de dança cristãos vêm por mais de 20 anos lutando por espaço e apoio na comunidade cristã brasileira. Hoje, apesar de toda resistência, intolerância e ignorância ainda presente, esse apoio e aceitação se mostram maior do que em qualquer período anterior. No entanto, a popularização da dança nas igrejas, aliada ao aumento dos legalismos e a desenfreada tolerância-ignorante, tem produzido frutos dignos de questionamentos.

Em todas as congregações cristãs que conheço, nas quais existe a prática da dança como louvor, há um grupo interno específico de pessoas que dançam. Esses grupos internos, de alguns anos para cá, começaram a se autodenominar “Ministério de Dança”. E esses tais “ministérios” são núcleos exclusivos, e sempre “ministram” seu louvor a Deus na frente do templo, à frente da comunidade e em cima da plataforma (aqueles que dispõem desse recurso).

Você não notou nada, digamos... Questionável?
Pois bem... Vou tentar ressaltar os contrastes do quadro.

Não pretendo trazer à questão a aplicabilidade do termo “ministério” – não ainda. Mas chamarei sua vista para os outros pontos mencionados, quais sejam: 1_Exclusividade social e 2_Localização físico-ideológica.



Exclusividade Social

É sabido e defendido que a dança é um possível e coerente recurso de louvor a Deus, assim como todas as manifestações artísticas. Portanto, é uma linguagem que deve estar acessível a comunidade cristã, para aprofundamento, desenvolvimento e aplicação. E esse fato, por sua vez, autoriza a utilização desse recurso em ambientes de livre culto a Deus.

Sabendo disso, talvez você pergunte: “Qual o problema com os grupos de dança cristãos?”. Existem vários, mas a existência de grupos específicos e exclusivos não é um problema, necessariamente. O problema é a existência de grupos específicos e exclusivos para o louvor a Deus.

Serei mais claro:

O louvor a Deus, durante uma reunião para culto e celebração, deve ser aberto para toda a igreja. O fato de, geralmente, existir um grupo específico de músicos, deve ser apenas por questão organizacional, para que haja direcionamento musical, evitando uma confusão auditiva e um grande barulho irreverente, em lugar de louvor comunitário.

Esses grupos de música, que “conduzem” o louvor, não impedem que toda a congregação cante junto. Pelo contrário, o objetivo é que todos possam participar da música oferecida em louvor. Porém, com os grupos de dança, acontece algo que difere muito dos grupos de música.

Os grupos de dança nunca visam conduzir a igreja a dançar junto com eles (na maioria das igrejas brasileiras). Mesmo quando não são coreografias, as danças só podem ser executadas por pessoas do determinado grupo. Isso monopoliza a prática do louvor com danças, reduzindo essa possibilidade a um grupo exclusivo e exclusivista, erigido por razões, em grande parte, técnicas, normativas ou pseudo-vocacionais.

Se a dança é um recurso aceitável de louvor a Deus, se a comunidade cristã local compreende isso, se a prática de dança é aceita no âmbito do culto, logo, essa possibilidade DEVE estar disponível para todos os que desejarem louvar a Deus com danças. E essa não é uma questão técnica da dança, é um princípio de culto livre e consciente, princípio de louvor a Deus, enquanto Eclésia.

No culto livre a Deus, não há a necessidade de ser profissional de dança. No ambiente de congregação em louvor, não existe o requerimento em conhecimento técnico em dança, para louvar a Deus. E porque não há? Porque se o louvor é direcionado A DEUS, não se deve buscar agradar a estéticas humanas, a padrões tradicionais nem de vanguarda ou mesmo a questões estilísticas de senso comum.

O fato de termos que fazer o melhor para Deus, não tem nenhuma ligação necessária com a formação acadêmica na área. Esse é um recurso para grupos específicos, com fins específicos, que visam o aperfeiçoamento técnico-profissional, para aplicações específicas, mas não uma exigência geral, para a Igreja. Se assim o fosse, todos nós deveríamos cursar aulas de canto, antes de ousarmos louvar ao Senhor com músicas, durante os cultos. E isso não é uma realidade, sequer, plausível.

O mínimo que se pede à comunidade é o bom senso e um conhecimento razoável do que está se propondo a fazer.


[...CONTINUA...]
Neemias Santana