quinta-feira, 29 de maio de 2008

nota 01

Desculpa a minha ausência nas últimas semanas.

Não estou podendo postar com regularidade, por causa do encerramento de semestre na faculdade e nas academias. Além das programações e agendamentos do Impacto de São João.

Asim que possível, volto a postar.
Prometo que não demorarei tanto.


Abração !!!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A dança NÃO comunica ???


Semanas atrás, a cia de artes da qual participo – Adufes Cia de Artes – foi convidada para participar de um evento evangelístico numa praça pública. Os organizadores do evento, do qual já participamos com considerável freqüência, nos convidaram com todo carinho e nos expuseram a programação do mesmo. Dessa vez eles estavam convidando um grupo musical muito conhecido no país e de importância histórica para a música nacional cristã – me refiro à música feita com responsabilidade técnica e coerência teológica.

Como os eventos desse perfil são o foco principal da nossa companhia, naturalmente aceitamos. E, como é de costume nesse evento, especificamente, dançaríamos junto com a banda que estivesse tocando – no caso, esse famoso grupo. Lógico que o fato de participarmos junto com eles, dançando músicas que cantamos durante tantos anos, dava um sabor ainda mais especial à ocasião. Então marcamos a data e acertamos os processos. Logo na reunião seguinte foi avisado a todos os integrantes e acertados todos os percalços.

Porém, na noite do evento, os organizadores chegaram tristes para nos dar a notícia de que o pastor, líder do grupo, preferiu que não houvesse dança durante as músicas. Ele usou como argumento a idéia de que o grupo dele tocava músicas focadas nas letras, que eram de cunho evangelístico e a dança tiraria o foco da mensagem, tiraria a atenção. Permitiu apenas que dançássemos uma das canções, e a escolha ficaria por nosso critério.

Ora, enquanto ele sustentava a teoria que a dança “não se encaixaria” na proposta musical deles, tudo bem. Eles são livres para escolher a linguagem e a linha artística que querem seguir. Não são obrigados a sofrer intervenções diretas em seu modo de produzir arte, nó é que precisamos respeitar sua técnica – como fizemos. São músicos, fazem música reflexiva e não desejam outras intervenções performáticas em sua obra para não alterar seu método. É plenamente compreensível e plausível, mas apenas enquanto OPÇÃO artística.

Mas a justificativo não ficou apenas nesse ponto. Ele disse que a dança tiraria a atenção da MENSAGEM – no caso, mensagem evangelística. E é justamente nesse ponto que desejo desenvolver esta análise crítica. Não pretendo discorrer sobre o grupo, pois os compreendo inteiramente, mas sim acerca dessa questão que é fundamentalmente preconceituosa e infundada e ainda muito disseminada na comunidade cristã brasileira.

Entremos, pois, no assunto...

A dança ainda é vista em muitas comunidades cristãs como mera alegoria da música, mero acessório. Posto que interpretam erroneamente a música como principal instrumento de louvor, logo colocam a dança como, no máximo, pano de fundo da “mensagem” musical. Essa postura está errada desde seu começo.

Primeiramente, música NÃO é louvor e, tão pouco, adoração.

Adoração é uma prática necessariamente ligada a uma consciência de entrega e devoção a quem se adora. Isso tem a ver com um cotidiano de testemunho prático e lúcido e de uma vida inteiramente voltada para uma pessoa ou um propósito específico. Adorar é viver e caminhar para algo ou alguém, permeando assim todos os aspectos da existência do adorador.

Já o louvor, é uma prática mais específica que está contida no exercício da adoração. Louvor nada mais é do que elogios, honrarias e bendizeres. Quando você elogia alguém por alguma obra, você a está louvando. No caso das liturgias e das manifestações de culto, existe ali um louvor específico, um louvor como resultado de uma vida em adoração e como atitude pública de rendição e dependência. É esse o louvor praticado durante as reuniões cristãs (ou, pelo menos, deveria ser). A música, como qualquer manifestação artística, é apenas UM dos recursos POSSÍVEIS para a prática explícita do louvor.

Precisamos investir mais tempo em estudos e em pesquisas, assim como em manifestações pacíficas e progressivas de reforma de certos hábitos. Precisamos entender que a “palavra falada”, essa sim, é vista biblicamente como fundamental e principal manifestação de divulgação, louvor e proclamação de Cristo e do Evangelho da Graça. O que quero, contudo, é problematizar é a questão COMUNICATIVA da dança.

Toda manifestação artística visa, antes de tudo, a comunicação, uma exposição de sentimentos, idéias, conceitos, processos, ideologias, e etc. Dança é arte e, por isso mesmo, a sua função mais primária é justamente comunicar. No momento que ela não visa a comunicação ou a relação com o outro, ela deixa de ser arte e passa a ser qualquer outra coisa.

O que, algumas vezes, tem impedido que a dança seja eficaz em sua tarefa é justamente o preconceito do espectador – e não estou me referindo aos ímpios, mas sim aos de casa. Quando há preconceito e resistência, nem dança, nem música, nem poesia, nem gritos estridentes são capazes de comunicar. Trabalho com dança há 10 anos, e a maior parte deles foi com dança evangelística. Vi e ainda vejo os frutos desse trabalho. A mensagem de Cristo chegou em ambientes onde nem a música – tão popular em nosso país - conseguiu alcançar. Sou apenas uma de muitas testemunhas que vivem dedicando seus melhores talentos à causa de Cristo, e colhendo frutos bons e prósperos.


Quando algo é feito com coerência, responsabilidade e fé, os frutos simplesmente nascem.

Experimente !!!



Graça, paz, consciência e sobriedade,

Neemias Santana

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A Ilha

Gosto de brisa novinha
que embarca singela
em minha janela a dentro.

Gosto do sussuro do vento
animando as folhas secas
e anunciando a tardinha.

Gosto de ouvir as falas do mar
cantando minhas saudades...
aproximando as estrelas do luar

Se pudesse sempre ser assim
bastaria deixar de esconder
os segredos que tem em você.

Se tivesse motivo pra sorrir
qual sorriso gostaria de ter?


Léo Rosa


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Pós Tudo




Pós Tudo - poema concreto de Augusto de Campos

Grupo Corpo - parte 2

Construção de uma linguagem

O primeiro grande sucesso de Rodrigo como coreógrafo seria Prelúdios, de 1985, com música de Chopin. Esse espetáculo deixa claro seu forte sentido musical: a partitura vai sendo traduzida por peças que se encadeiam, assim como pelas frases entretramadas; e os deslocamentos dos bailarinos vão desenhando o espaço de um modo novo, segundo princípios da música.
Tanto o palco como os figurinos, em Prelúdios, são de tons azulados. Sua função é muito mais do que acessória, ou decorativa. Desde então, em todos os trabalhos do Corpo, cada elemento – cenário, figurino, luz -- tem parte ativa, ajudando a compor espetáculos complexos, onde várias artes multiplicam suas virtudes umas pelas outras.As coreografias seguintes – Bachiana e Carlos Gomes/Sonata (1986), Canções, Duo e Pas du Pont (1987), Schumann Ballet, Rapsódia e Uakti (1988) – acentuam a maneira característica de Rodrigo construir um desenho espacial. Sua produção de meados da década de 80 está fortemente ligada à técnica clássica, com elementos da dança contemporânea

Nas coreografias que vão de Prelúdios até 21 (marco de uma outra fase), Rodrigo vai testando seu domínio de estruturas e deslocamentos. A técnica do balé clássico, que é a base de seus trabalhos, vai sendo quebrada por movimentos do folclore e das danças de rua. O Corpo começa a trazer para o palco certa maneira particular do brasileiro se mover.Em 1988, em caráter extraordinário, a coreógrafa alemã Suzanne Linke foi convidada para montar um espetáculo para a companhia, Mulheres.

Desde 1989 até 1999, foi a Shell o principal patrocinador do Grupo. Uma parceria que definiu não só uma considerável estabilidade financeira, mas permitiu que a companhia assumisse ambições mais plenas. A dimensão quase operística das produções do Corpo, no sentido de uma colaboração estreita entre as artes, só foi possível nessas condições. Um núcleo criativo trabalha em conjunto, desde então: Paulo Pederneiras, Fernando Velloso, Freusa Zechmeister e Rodrigo Pederneiras. A partir de 1992, compositores são convidados a escrever trilhas especialmente para cada balé. Música, cenário, figurino e coreografia vão sendo construídos simultaneamente. Cada espetáculo é o resultado dessa interação.

A parceria incentivou, também, o reconhecimento mundial do Corpo, que hoje faz temporadas anuais em países da Europa e das Américas. Vários outros parceiros, públicos e privados, patrocinariam o Grupo em alguma medida, ao longo dos anos.






Fotos de José Luiz Pederniras
espetáculo: "Breu"

fonte: Grupo Corpo, por Inês Bogéa
www.grupocorpo.com.br

Dias e dias


TEM dias que as palavras são de chumbo
E a gente não trasborda sentimentos, só repisa trilhas batidas.
TEM dias que a inspiração é horrorosa
E a gente só quer despir os panos esgarçardos nas ilusões.
TEM dias que a mente não pára e não vem revelação
E a gente só quer rasgar os remendos mal cerzidos pela pieguice.
TEM dias que a poesia se liquefaz em queixa
E a gente só desdobra os lenços úmidos de lamentos.
TEM dias que tudo fica duro, muito áspero
E a gente só quer sumir pelas montanhas da solidão.
TEM dias que a morte parece tão eminente
E a gente só treme diante do grande medo.
TEM dias que a solidão é avassaladora
E a gente só grita Eloí, Eloí....



Ricardo Gondim

Zum, zum, zum... capoeira mata um


Recentemente assisti a repetição de um programa evangélico de debates, bastante conhecido. Nessa noite, a grande questão era a aplicabilidade coerente da capoeira nas práticas cotidianas daqueles que se entendem como evangélicos ou cristãos.


De um lado, havia um ministro evangélico utilizando os já conhecidos argumentos preconceituosos (no sentido de conceito pré-estabelecido com pouca propriedade) que sempre utilizam quando querem impedir alguma manifestação artística ainda pouco convencional nas práticas cristãs tradicionais. Seu fadado argumento era que aceitar a capoeira no seio da comunidade cristã era quase o mesmo que aceitar a prática de cultos pagãos a deuses estranhos, posto que a capoeira tem origem nos escravos africanos trazidos ao Brasil colonial.


Naturalmente que esse ministro, em sua colocação, deve ter ignorado algumas nuances da mensagem do apóstolo Paulo, na carta aos Coríntios – especificamente no capítulo 8. Em seu discurso, ele não lembra que o “ídolo nada é no mundo” – conforme disse o apóstolo – e que a prática só se configura como idolatria quando o coração está, de fato, voltado para a idolatria. Ou seja, se pratico capoeira consciente de que aquilo em mim nada é além de uma atividade artística e física, que não tem nenhum fim específico alem da amplitude de vocabulário estético ou mesmo de condicionamento físico – encerrando a prática em si mesma ou em aplicações didáticas e artísticas -, logo essa prática não se constitui idolatria ou paganismo.


Outro aspecto do discurso do ministro está presente em um outro argumento em voga, também explicitado pelo mesmo e compartilhado por muitos cristãos evangélicos em todo o país. Qual seja: por que os evangélicos não “fazem” seu próprio estilo de manifestação artística, mas preferem ficar sempre "imitando" ou adaptando os já existente e "feitos" por não-cristãos? Ora, a resposta é ligeiramente simples: pelo fato de que o homem não cria nada a partir do “nada” desde sempre. Todas as construções humanas são feitas em cima de algo já existente.


Já havia dito Lavoisier* que “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, e ele tem alguma razão no que diz. Sim, pois nenhum homem cria qualquer coisa sem uma referência anterior, a tal ponto que mesmo um acidente só acontece se já existir os materiais e a situação necessários para esse evento. Portanto, nunca “inventamos” coisas, sempre “descobrimos” ou melhor, ADAPTAMOS, MESCLAMOS e RESIGNIFICAMOS as coisas já existentes. SÓ Deus cria tudo do nada, posto que Ele mesmo não é uma criação – diferente dos homens e da terra – mas todas as coisas além dEle são criadas e limitadas ao status de CRIATURAS.


Em outras palavras, já que a arte é um instrumento primariamente de louvor a Deus e exista, provavelmente, mesmo antes da existência do homem – com outras configurações, logicamente – logo, todas as práticas de arte no decorrer da história foram criadas a partir do exercício de louvor a Deus, ou seja, qualquer manifestação artística tem origem no culto ao Deus Criador.

Posto isso, volto aos parâmetros do debate.


Do outro lado, havia um grupo de capoeiristas-evangelistas que utilizam a linguagem da capoeira, além da aplicabilidade estética ou física, também com a finalidade de divulgar o Evangelho e estabelecer laços fraternos. Eles aproveitam que possuem talento para essa técnica - aliados à popularidade da própria técnica - para atrair jovens a esse ambiente onde, além da dança, também se faz presente a prática de orações e reflexões visando um discipulado cristão peculiar.

Já está claro que não condeno a prática da capoeira entre os que se entendem como discípulos de Cristo, porém algo no discurso deles me chamou a atenção pelo fato de ser um argumento – não diferente dos preconceitos do ministros – cada vez mais popular entre os artistas cristãos, especialmente os de dança. Repito: as práticas artísticas são tranqüilamente possíveis de aplicabilidades coerentes de cunho cristão. Acabei de discorrer um sucinto histórico artístico demonstrando que toda as manifestações artísticas tem origem no culto e, fundamentalmente, no culto ao Deus Criador. E que todas as práticas de arte decorrentes têm automaticamente sua origem no culto ao Deus Criador.


O problema é que nós artistas cristãos, na ânsia por provar que o que fazemos não fere a fé em Cristo e que pode até auxiliar, acabamos caindo no erro de entender e divulgar a prática de determinada arte como NECESSÁRIA ao exercício “completo” de comunidade cristã que cultua a Deus. Claro que o culto a Deus é necessário, mas a capoeira NÃO.


Se nos entendemos como igreja e deixamos de cultuar conscientemente a Deus, nosso exercício de fé fica desfalcado e passamos a andar de maneira incoerente com as doutrinas apostólicas, porém, se não praticamos a capoeira ou qualquer que seja o estilo da dança, nada necessariamente acontece em relação a essência da prática de culto cristão. Isso se dá pelo fato de que louvor consciente independe de manifestação artística, seja ela dança, poesia ou música. Louvor tem ligação direta com fé e consciência. A arte é um recurso secundário.


É nisso, portanto, que erramos freqüentemente e por esse motivo não saímos do empate argumentativo até hoje. Quando finalmente encaramos que dança NÃO é necessária para o desenvolvimento “completo” e coerente da prática de culto cristão, mas sim um POSSÍVEL aliado nas manifestações específicas de louvor e um excelente instrumento de divulgação do Evangelho da Graça de Cristo – que não precisa, mas também não despreza manifestações artísticas -, aí então, finalmente, andaremos coerentes com a Palavra que professamos viver.



Graça, paz, consciência e sobriedade,

Neemias Santana





*Antoine Lavoisier foi um famoso químico francês, considerado o criador da Química moderna.

domingo, 4 de maio de 2008

Poesia Concreta


(Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos -irmão de Haroldo e o mais polêmico dos três)


Em 1956, a Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada na cidade de São Paulo, lançou oficialmente o mais controverso movimento de poesia vanguardista brasileira: o concretismo*.

Criada por Décio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929) e Augusto de Campos (1931), a poesia concreta era um ataque à produção poética da época, dominada pela geração de 1945, a quem os jovens paulistas acusavam de verbalismo, subjetivismo, falta de apuro e incapacidade de expressar a nova realidade gerada pela revolução industrial.

São Paulo vivia então o apogeu do desenvolvimentismo da Era J.K. e seus intelectuais buscavam uma poética ideológica/artística cosmopolita, como tinham feito os modernistas de 1922. Por isso, um dos modelos adotados pelos concretos foi Oswald de Andrade cuja lírica sintética (“poemas-pílula”) representava para eles o vanguardismo mais radical.

* Desde 1952, os jovens intelectuais paulistas vinham procurando um novo caminho através de uma revista chamada Noigandres, palavra tirada de um poema de Erza Pound e que não significa nada.

"Todo o poema é uma aventura planificada"

Em síntese, os criadores do concretismo propugnavam um experimentalismo poético (planificado e racionalizado) que obedecia aos seguintes princípios:


- Abolição do verso tradicional, sobretudo através da eliminação dos laços sintáticos (preposições, conjunções, pronomes, etc.), gerando uma poesia objetiva, concreta, feita quase tão somente de substantivos e verbos;

- Um linguagem necessariamente sintética, dinâmica, homóloga à sociedade industrial (“A importância do olho na comunicação mais rápida... os anúncios luminosos, as histórias em quadrinhos, a necessidade do movimento....”);

- Utilização de paronomásias, neologismos, estrangeirismos; separação de prefixos e sufixos; repetição de certos morfemas; valorização da palavra solta (som, forma visual, carga semântica) que se fragmenta e recompõe na página;

- O poema transforma-se em objeto visual, valendo-se do espaço gráfico como agente estrutural: uso dos espaços brancos, de recursos tipográficos, etc.; em função disso o poema deverá ser simultaneamente lido e visto.



Fonte: educaterra.terra.com.br



Seguem obras dos poetas citados:


Haroldo de Campos - Se


Décio Pignatari - Beba Coca Cola


Augusto de Campos - Tudo Está Dito

Grupo Corpo - parte 1


Fundado em Belo Horizonte, em 1975, o Grupo Corpo é uma companhia de dança contemporânea, eminentemente brasileira em suas criações. Sua carreira vem sendo marcada por sucessivas metamorfoses, mas sempre norteada por três preocupações: a definição de uma identidade, vinculada a uma idéia de cultura nacional (com toda a fluidez que isso implica); a continuidade do trabalho, pensado a longo prazo; e a integridade na sustentação de padrões autoimpostos de elaboração.

Seu primeiro espetáculo, Maria Maria, foi um recorde de produção local: percorreu 14 países e foi dançado no Brasil desde 1976 até 1982. Coreografado pelo argentino Oscar Araiz, Maria Maria teve música de Milton Nascimento e roteiros de seu letrista Fernando Brant. O Último Trem, também de Araiz, consolida a primeira fase do Grupo Corpo, acentuada por uma visão particular de dança brasileira.

A fundação do Grupo ocorreu por iniciativa de Paulo Pederneiras, que trouxe para a empreitada seus cinco irmãos e mais alguns amigos. Seus pais cederam a casa onde moravam para ser a sede do Corpo. Paulo Pederneiras, diretor geral, viria depois a assumir também a iluminação dos espetáculos; Rodrigo Pederneiras, que inicia como bailarino, será o coreógrafo de praticamente todos os trabalhos do Corpo a partir de 1981. Dos demais fundadores do Grupo vários permanecem até hoje: Pedro Pederneiras, Carmen Purri, Miriam Pederneiras e Cristina Castilho.

Rodrigo faz sua primeira coreografia para o Grupo Corpo, Cantares, entre Maria Maria e Último Trem. Cinco outras podem ser listadas num primeiro conjunto: Tríptico e Interânea (1981), Noturno e Reflexos (1982) e Sonata (1984). Cantares é de 1978, ano em que a nova sede do Corpo é inaugurada e Emilio Kalil junta-se ao Grupo, onde assumirá mais tarde, por alguns anos, a co-direção com Paulo.



Fotos de José Luiz Pederniras
espetáculo: "O Corpo"

fonte: Grupo Corpo, por Inês Bogéa

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dança do Povo de Israel


A Bíblia nos revela a presença da dança no Êxodo, no livro de Juizes e nos Salmos, no Antigo e Novo Testamento, proporcionando, através de suas páginas, importantes informações de como aquela manifestação acompanhava os significativos momentos da vida do povo hebreu. Considerando as evidências encontradas na Bíblia, o Israel antigo dançava com frequência em diversas ocasiões. Miriã celebrou a libertação dos israelitas da escravidão egípcia dançando; Davi dançou com fervor perante a arca revelando a si mesmo diante do povo. Distinguimos entre as danças judaicas, as religiosas, executadas no templo e presentes nas festas de maio, na festa dos tabernáculos e na festa das colheitas, três épocas marcantes. Os fatos sociais, desde os mais simples aos mais relevantes, eram comemorados com canto, música e muito frequentemente com manifestações coreográficas, assim como as festividades agrícolas.As danças palestinas, na sua maioria, derivam de danças religiosas, e foram também influenciadas por outras culturas, com predominância da egípcia. As danças sagradas dos hebreus expandiram-se e deixaram vestígios na Europa da Idade Média. Há reminiscência de sua prática em muitas cerimônias do passado e em algumas da atualidade.


Algumas citações bíblicas:

2 Sm 6: 12-15 "Então avisaram a Davi, dizendo: O Senhor abençoou a casa de Obede-Edom e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus: foi, pois Davi, e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi. sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados. Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido duma estola sacerdotal de linho."1 Sm 18: 6 e 7 " Sucedeu, porém, que, vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de música. As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares."Lc 15: 25-27 "Ora, o filho mais velho estivera no campo: e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe o que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde."Ex 15: 20 e 21 "A profetiza Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou, e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro."

É muito importante, se vamos trabalhar no ministério de dança, conhecermos o que a Bíblia nos diz a respeito. Incentivo você a continuar essa pesquisa sobre a dança no povo de Israel e a encontrar mais algumas citações bíblicas.


por Carolina Gualberto

Alvin Ailey


Nascido em 5 de Janeiro de 1931 na cidade de Rogers – Texas, nos Estados Unidos, Alvin Ailey Jr. Foi um dos coreógrafos mais reconhecidos de sua geração. Em 1942 foi para Los Angeles onde estudou dança e coreografia de 1949 a 1954. Em seguida foi para Nova York onde firmou-se com intérprete e logo em seguida como criador.


Em 1958 fundou o Alvin Ailey American Dance Theater, que era composto principalmente por dançarinos negros. Partindo da dança Moderna e aliando-se a suas memórias texanas, Ailey utilizou como referência o blues, o spirituals e o gospel para montar “Revelations”, sua obra mais aclamada pelo público e pela crítica